Inhambupe (BA) – Em pronunciamento nas redes sociais, o atual prefeito de Inhambupe celebrou a assinatura da ordem de licitação visando a futura construção de 50 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida. Durante o discurso, agradeceu à equipe técnica da atual gestão, bem como aos parceiros dos governos estadual e federal. A fala foi marcada por gratidão e orgulho. No entanto, o que não foi dito levanta questionamentos importantes.
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Segundo apuração do nosso site, o projeto habitacional foi, na verdade, estruturado e aprovado ainda no final do mandato do ex-prefeito Nena. As inscrições do projeto ocorreram em julho, quando a gestão anterior já havia articulado e cumprido todas as etapas exigidas pelo programa federal — incluindo estudos técnicos, seleção de terreno e elaboração documental.
Embora a atual gestão esteja, de fato, executando o início das obras, especialistas ouvidos pela reportagem apontam que o mérito pela conquista das moradias populares não pode ser atribuído apenas ao governo atual.
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“É legítimo dar continuidade a ações positivas, mas é desonesto apagar o trabalho anterior e tentar capitalizar sozinho uma conquista coletiva”, afirma um servidor que participou do processo desde a gestão passada.
A população, por sua vez, expressa sentimentos divididos. Enquanto muitos comemoram a chegada das moradias, outros denunciam uma tentativa de “se apropriar de legado alheio”.
O projeto aprovado, segundo registros oficiais, foi fruto de um trabalho técnico minucioso e alinhado às exigências do Ministério das Cidades. A equipe da gestão anterior trabalhou meses na organização da proposta, enfrentando burocracias e disputando espaço com outras cidades do estado.
Mais do que um embate político, o episódio expõe a necessidade de transparência e reconhecimento institucional. O atual governo poderá colher os frutos da obra, mas a semente — ao que tudo indica — foi plantada antes mesmo de ele assumir.
Enquanto isso, a população segue à espera de que as 50 casas não sejam apenas um palco de vaidades políticas, mas que realmente sirvam para transformar vidas.
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