Em delação premiada, Palocci diz que Lula sabia da corrupção na Petrobras — Foto: Reprodução/JN |
O corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Humberto
Martins, determinou nesta quinta-feira (4) que o juiz Sérgio Moro,
responsável pela Lava Jato no Paraná, apresente em quinze dias
explicações sobre a divulgação da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci.
A decisão foi tomada a partir de representação apresentada ao CNJ pelos
deputados federais do PT Paulo Pimental (RS), Wadih Damous (RS) e Paulo
Teixeira (SP), que pediram que o juiz seja punido.
Após Moro enviar as informações, o ministro Humberto Martins vai
decidir sobre o pedido de liminar de afastamento do juiz. O caso corre
em sigilo no CNJ.
De acordo com o deputados, a decisão que autorizou a divulgação da
delação, na última segunda (1º), é política e tem o objetivo de
prejudicar campanhas do Partido dos Trabalhadores.
"O depoimento prestado pelo ex-ministro, conquanto seja de interesse
público, não deveria ter o seu sigilo liberado e disponibilizado pela
imprensa nesse momento de elevada temperatura política, senão com o
deliberado propósito de interferir ilicitamente na disputa que se
aproxima e onde o Partido dos Trabalhadores, democraticamente, esponta
como um dos preferidos da sociedade brasileira", diz a representação.
O corregedor do Conselho Nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, durante sessão do Conselho em setembro deste ano — Foto: Gil Ferreira/ Agência CNJ |
Para os deputados petistas, o juiz está "interferindo ilegitimamente na regularidade das eleições".
Eles pedem abertura de um procedimento administrativo disciplinar e a
punição compatível - no CNJ, a punição pode ser censura, pena mais
branda, até aposentadoria compulsória, a punição máxima. A abertura do
procedimento só será decidida pelo corregedor após Moro prestar
informações.
Segundo a representação, o país "se encontra totalmente voltado para um
disputado processo eleitoral". Afirmam os parlamentares que,
recentemente, promotores e procuradores "tentaram desestabilizar
determinadas candidaturas e interferir na regularidade do processo
eleitoral", o que levou a Corregedoria do Conselho Nacional do
Ministério Público a apurar a atuação deles.
Conforme o pedido, "o juiz
federal ora representado vem trilhando esse mesmo caminho".
"A postura do Representado é extremamente grave, colocando em dúvida,
como dito, sua imparcialidade, na medida em que se utiliza da posição
que conseguiu auferir na sociedade, para interferir de maneira indevida
no processo eleitoral, sempre com o viés de prejudicar o Partido dos
Trabalhadores e suas candidaturas", completa a representação.
(G1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário