Os grupos do WhatsApp receberam na última semana uma montagem com a
foto de duas torcedoras negras do Esporte Clube Bahia em cima de outra
foto com cinco torcedoras brancas do Grêmio, com a legenda “Ainda tem
gente que acha que time é tudo igual”. O crime foi denunciado pela
vítima, Edna Matos, torcedora do Bahia que está ao lado da filha nas
arquibancadas da Fonte Nova. Segundo ela, as torcedoras gremistas
também foram vítimas de machismo. “A montagem contém três preconceitos:
racial, regional e o machismo.”
Edna, de 53 anos, tomou conhecimento do crime por meio de uma denúncia
da prefeitura de Salvador. “Primeiro, eu não tinha entendido. Depois
fiquei chateada, com raiva, decepcionada, frustrada, triste… o
sentimento que temos quando somos vítimas de discriminação. Não foi a
primeira vez, mas é sempre como se fosse, dói igual. Ainda mais porque
minha filha também foi vítima.”
Diretora de uma instituição de ensino, o Instituto Federal da Bahia, em
Santo Antonio de Jesus (BA), conta que tem discutido sobre o papel e os
perigos das redes sociais com os alunos. “O racismo no Brasil até o
advento das redes sociais era velado, e hoje ele é camuflado. As pessoas
se escondem atrás de um anonimato para destilar seu preconceito. Antes,
quando tinha de ser cara a cara, as pessoas não falavam abertamente,
mas a gente identificava nos gestos, no trato com as pessoas.”
A filha de Edna, Dandara Matos, de 27 anos, atualmente realiza mestrado
em estudos africanos em Lisboa e também já foi vítima de preconceito na
capital portuguesa. “Uma vez ela foi impedida de entrar numa boate por
ser negra, foi uma grande confusão. Ela geralmente responde rápido, mas
desta vez ela preferiu que só eu me posicionasse nas redes sociais.
Disse que eu seria mais sábia na resposta”, contou Edna.
BNews
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David Gouveia Notícias
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