A morte de um adolescente de 19 anos de Pará de Minas, na Região Central do estado é investigada pela Polícia Civil; ele seria a primeira vítima mineira de um jogo internacional de desafios que levam seus participantes ao suicídio. Chamado Baleia Azul, esse game de origem russa começa por meio de contatos com grupos secretos do Facebook e culmina com um administrador repassando 50 desafios de graus variáveis de dificuldade, sendo a última tarefa a pessoa dar cabo da própria vida.
Gabriel Antônio dos Santos Cabral tinha mulher e uma filha de
apenas 40 dias e segundo sua mãe, Maria de Fátima Santos, de 37, vinha
tentando deixar esse grupo, mas sofria uma pressão muito grande e nos
últimos dias vinha agindo de forma estranha. O corpo dele foi encontrado
pela mulher sobre a cama do casal, depois que ela voltou do pernoite na
casa da mãe, nesta quarta-feira. A Polícia Militar e o Corpo de
Bombeiros foram acionados e os socorristas encontraram cinco cartelas
vazias de um antidepressivo. Estima-se que o rapaz tenha ingerido
dezenas desses comprimidos na noite anterior. O caso está sendo
investigado na Delegacia Regional de Pará de Minas, onde o telefone
celular da vítima está sendo periciado.
De
acordo com a Polícia Civil, o grupo que Gabriel participava está sendo
investigado e foram encontrados participantes de todos os estados do
Brasil, com idades entre 10 e 20 anos. Gabriel foi enterrado nesta manhã
sob muita comoção. Uma de suas irmãs chegou a desmaiar. Na família
todos comentavam não esperar por esse tipo de desfecho, comentando que o
rapaz era trabalhador, pagava as próprias contas de aluguel e da casa, e
estava planejando uma festa de aniversário para a filha, no fim deste
ano.
A mãe conta que só soube sobre o jogo no
último domingo (9/4), quando o próprio filho a contou sobre sua
participação. "Pedi a ele para sair disso. Que isso era coisa do diabo,
de quem tem pacto com o demônio e está coletando as almas dos outros.
Ele disse que tentava sair, mas que as pessoas do grupo adicionavam ele
de volta, atormentavam meu filho, ele não sabia mais o que fazer",
relata Maria de Fátima.
Segundo a mãe contou à
polícia, o jovem disse que já tinha cumprido alguns desafios, como tirar
uma fotografia assistindo a um filme de terror, filmar a ele mesmo no
alto de um edifício e chegou a se cortar tentando desenhar uma baleia no
braço com uma lâmina de barbear quebrada, desafio que não terminou. O
remédio que ele tomou era uma prescrição médica para a insônia e a
enxaqueca que o afligiam, segundo a mãe. “Ele tinha dificuldades para
dormir e dores de cabeça, enxaquecas. O médico tinha prescrito e ele
tomou tudo”, conta.
Como funciona
O
jogo tem um curador ou moderador que distribui os desafios a partir de
um grupo secreto onde os contatos são inciados pelo Facebook. Entre os
desafios estão provas mórbidas que de certa forma preparam os
participantes para o suicídio.
São desafios
típicos, por exemplo: escrever frases e fazer desenhos com lâminas na
palma da mão e nos braços, assistir a filmes de terror de madrugada,
subir no alto de um telhado ou edifício, escutar músicas depressivas,
mutilar partes do corpo - como os lábios -, ficar doente, ir a uma
estrada de ferro de madrugada, receber e aceitar uma data para a sua
morte e cumprir essa missão.
correiobraziliense
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