O Grupo da Esquerda Unitária (GUE) do Parlamento Europeu, que integra
os deputados do PCP e BE, considerou hoje que o processo de afastamento
da presidente brasileira, Dilma Rousseff, é “um passo para um golpe de
Estado”.
“A aprovação pelo senado brasileiro do procedimento para afastar Dilma
Rousseff, presidente eleita do Brasil, é um passo decisivo imposto pela
direita e pela oligarquia brasileira para um golpe de Estado, com a
interferência dos Estados Unidos”, lê-se num comunicado divulgado nesta
sexta-feira (13) pelo GUE.
O grupo do Parlamento Europeu salienta ainda que é preciso lembrar que
"os argumentos usados não resultam de qualquer processo penal e que o
processo é liderado por membros com um histórico conhecido de
irregularidades e atividades ilegais, que estão sendo investigadas
judicialmente”. Ontem, o Senado brasileiro aprovou a admissibilidade do
processo de impeachment de Dilma Rousseff, com 55 votos a favor e 22
contra.
Michel Temer
Sobre o presidente interino, Michel Temer, o grupo parlamentar salientou que ele é alvo de acusações de corrupção e suborno.
Michel Temer é, desde quinta-feira, presidente interino do Brasil
depois de Dilma Rousseff ter sido afastada temporariamente pelo Senado
por um prazo máximo de 180 dias, por suspeitas de irregularidades
orçamentárias, como despesas não autorizadas.
O GUE acrescenta que “as forças mais reacionárias e o imperialismo
nunca aceitaram o processo de mudança que começou em 2002, com a eleição
de Luiz Inácio Lula da Silva, e procederam desde então a uma escalada
de interferência e destabilização para derrubar o governo eleito
democraticamente”.
Nos próximos seis meses, o Senado brasileiro vai julgar Dilma Rousseff,
em um processo presidido por um juiz do Supremo Tribunal Federal. A
chefe de Estado só será afastada definitivamente se for condenada por
uma maioria de dois terços dos membros do tribunal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário