O
vírus chikungunya deve se espalhar pelo país seguindo o padrão de
disseminação da dengue, segundo infectologistas. No próximo verão,
portanto, é provável que diferentes regiões do país tenham surtos
simultâneos de dengue e chikungunya. Desde que chegou ao Brasil até o
dia 25 de outubro, o chikungunya já infectou 828 pessoas, de acordo com
balanço mais recente do Ministério da Saúde.
O primeiro caso de transmissão interna do vírus no país foi registrado
em setembro. O médico Carlos Roberto Brites Alves, da Sociedade
Brasileira de Infectologia, lembra que os vetores das duas doenças são
os mesmos: os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. “Temos dengue
há mais de duas décadas e não conseguimos eliminar a infecção, pois não
conseguimos eliminar os mosquitos.
A chance de o chikungunya seguir um padrão semelhante de ocorrência é
grande”, diz o especialista. Para Stefan Cunha Ujvari, infectologista do
Hospital Alemão Oswaldo Cruz e autor do livro “Pandemias: a humanidade
em risco”, o histórico do vírus nos últimos 10 anos permite concluir que
ele deve continuar se espalhando.
“A expansão do vírus começou em 2004, quando estava no interior da
África e foi parar no litoral do Quênia. De 2004 para cá, houve uma
expansão progressiva pela costa leste da África, pelas ilhas do Oceano
Índico e países do sul e sudeste da Ásia. Em dezembro do ano passado,
chegou às ilhas Martinica e Guadalupe e acabou se espalhando pelo
Caribe”, diz Ujvari. “Isso mostra nitidamente que é um vírus que está se
espalhando pela locomoção humana.” Ele lembra que na época de férias há
uma movimentação maior de pessoas, inclusive para as ilhas do Caribe,
onde há grande disseminação do vírus.
“Vai haver um fluxo de pessoas que podem trazer o vírus. Se houver
chuvas, que levam a um maior número de mosquitos, tem uma chance muito
grande de o chikungunya eclodir como uma epidemia no próximo verão.
24 de novembro de 2014
Próximo verão será o 1º com dengue e chikungunya circulando no país
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David Gouveia Notícias
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