O público delirou, mas para chegar a este ápice do espetáculo com estilo musical intitulado como “Pagofunk”, o “MC Catra da Bahia”, Robyssão, durante o show de participação no ensaio do Psirico, que aconteceu neste sábado (22), no Bahia Café Hall, em Salvador, levou mulheres seminuas ao palco.
Com coreografias sexuais, as dançarinas levaram banho de champanhe nas partes íntimas e o cantor ainda distribuiu réplicas de notas de R$ 100, que tem ilustrada a sua caricatura, para divulgar a sua música, “Joga Nota de R$100, que ela vem”. Resta saber das mulheres. Será que elas acham que seu valor está em notas de R$ 100 reais?
Procurada pela reportagem do Bocão News a deputada Luza Maia (PT), autora da Lei Antibaixaria lamentou que ainda existisse plateia para um tipo de apresentação como a que aconteceu na noite deste sábado (22), com o cantor Robyssão no Bahia Café Hall. “Isso desconstrói a verdadeira imagem das mulheres. É uma violência contra mulher, que deixa marcas na alma, na autoestima, que são rebaixadas e tratadas como mercadoria”, dispara.
Foto: Bocão News A deputada ainda disse que o cantor faz uma campanha machista e a música “Joga Nota de R$100” é uma clara apologia à prostituição. “A abordagem usada por ele, tem o intuito de destruir a dignidade da mulher. Ele disse que não passava de brincadeira, mas isso é algo sério, temos crianças e adolescentes, que estão com a personalidade em formação que absorvem essas informações. É processo que torna banal o desrespeito com as mulheres. Como ficará a percepção dessa nova sociedade?”, indagou.
Luiza Maia acredita que esse tipo de música e cultura do “Pagofunk”, que ela classificou como, “Lixo cultural”, tem um tempo para acabar. “Com os investimentos em educação, tenho certeza que as pessoas vão aprender a fazer melhores escolhas no tipo de cultura que irão consumir, pois esse lixo cultural é deprimente. Isso vai passar”, disse.
Foto: divulgação / Aelson Foto e Vídeo
Já a presidente da Comissão de Defesa das Mulheres, a deputada Neuza Cadore (PT) declarou que combater este tipo de violência contra a mulher, também é um grande desafio. Segundo a parlamentar, a Lei Antibaixaria é uma grande ferramenta para combater situações como esta. Mas para Cadori, ainda existe muita conivência por parte das mulheres, que em alguns casos aceitam o tipo de tratamento.
Neusa Cadore ainda revelou que na comissão são recebidas diversas relatos de mulheres que se sentem acuadas ao andarem sozinhas pelas ruas, pois muitos homens abordam de forma inconveniente e às vezes até violenta. “Nós estamos sempre nos reunindo e buscando cada vez mais o combate a violência contra as mulheres. Uma das grandes vitórias que serviu como exemplo foi o caso New Hit. Para os dias de carnaval faremos uma campanha sobre o tema que irá abordar entre outras coisas o tráfico de mulheres”, explica.
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