Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente pretendia esconder no Palácio da Alvorada alvos investigados pela Polícia Federal por ataques às instituições democráticas, para evitar que os aliados fossem presos. Conforme apuração de Aguirre Talento, no UOL, a revelação se deu em depoimento de sua delação premiada.
Conforme a publicação, um dos alvos que o ex-chefe do Executivo teria tentado acobertar foi o influencer bolsonarista Oswaldo Eustáquio, que acabou fugindo para o Paraguai. Cid contou ainda que Bolsonaro cogitou esconder no Alvorada ainda o youtuber Bismark Fugazza, que também fugiu para o país vizinho e acabou preso pela polícia paraguaia.
Eustáquio chegou a ser recebido na residência oficial do presidente em 12 dezembro de 2022, como mostra um vídeo que circulou nas redes sociais. Segundo a publicação, naquela ocasião o bolsonarista negou que a intenção de se refugiar no local para impedir uma eventual prisão.
Ainda de acordo com a delação, o próprio Cid convenceu Jair Bolsonaro de desistir da ideia, ao apontar que esconder os alvos da PF no Alvorada poderia lhe causar problemas junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-ajudante de ordens contou ainda que após desistir de dar asilo a Eustáquio na residência oficial, autorizou que um carro oficial transportasse o influencer para outro local, para impedir que a localização fosse rastreada por investigadores.
Segundo o UOL, na colaboração premiada, Mauro Cid traçou ainda um panorama da relação de Bolsonaro com militantes radicais que incentivaram a ruptura democrática e a atuação do chamado “gabinete do ódio” formado por assessores do Palácio do Planalto.
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