| Foto: Arquivo David Gouveia - Vaquejada de Inhambupe Parque Dr: Reginaldo Sarmento | 
 O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (31), em 
segundo turno, a proposta que legaliza a prática da vaquejada no país. 
Por se tratar de emenda à Constituição, o texto será agora promulgado. 
Ou seja, entrará em vigor sem necessidade de sanção presidencial. Foram 
373 votos a favor e 50 contra nesta quarta, com 6 abstenções. 
 A proposta coloca na Constituição a definição de que "não se consideram
 cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam 
manifestações culturais registradas como bem de natureza imaterial 
integrante do patrimônio cultural brasileiro". 
 A polêmica em torno das vaquejadas —em que vaqueiros montados em 
cavalos têm como objetivo derrubar o boi, puxando-o pelo rabo— ganhou 
maior destaque em outubro do ano passado, quando o STF (Supremo Tribunal
 Federal) proibiu por 6 votos a 5 a prática no Estado do Ceará, criando 
uma jurisprudência para a vedação em outros Estados. 
 Nascida no sertão nordestino, a vaquejada é frequentemente criticada 
por entidades defensoras dos animais e é fonte frequente de ações 
judiciais. A Constituição Federal proíbe que animais sejam submetidos à 
crueldade. 
 Sob o argumento de que a prática não é cruel com os animais e que 
representa uma importante atividade econômica e cultural no Nordeste, 
ganhou força no Congresso um movimento para legalizar a prática. A 
primeira medida foi incluir na legislação que as vaquejadas e rodeios 
são manifestações integrantes do patrimônio cultural brasileiro, o que 
foi sancionado por Temer. 
 Apesar da promulgação, o Congresso terá que aprovar uma lei específica 
com as regras detalhadas para as vaquejadas e rodeios. Deputados 
afinados com entidades de defesa dos animais afirmam ainda que houve um 
desrespeito à mais alta corte do país e que a PEC será objeto de ação 
para que o STF a considere inconstitucional. 
 "O Brasil está indo na contramão dos países evoluídos, a gente está 
legalizando um esporte medieval", disse Ricardo Izar Jr. (PP-SP).
 Por Folhapress
 
 
 
 
 
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário