Quando as mulheres chegavam na Espanha, elas tinham os documentos pessoais retidos, inclusive o passaporte, e eram ameaçadas para se prostituírem e pagar os gastos com a viagem
Foi desarticulada ontem uma quadrilha internacional que traficava
mulheres para a Espanha e as obrigava a se prostituir. A Polícia Federal
(PF), que realizou a operação em parceria com a polícia espanhola,
prendeu ontem o casal responsável por aliciar as mulheres em Salvador.
Cinco baianas, entre 20 e 30 anos, foram libertadas de dois prostíbulos
espanhóis ontem e estão sob a custódia da polícia espanhola.
Segundo
a PF, elas devem voltar para o Brasil nos próximos dias. O casal,
conhecido como China e Neguinha, morava em Cajazeiras e convencia
mulheres de Paripe, no Subúrbio Ferroviário, a trabalhar como dançarinas
em duas casas de show nas cidades de Salamanca e Agra.
Quando as
mulheres chegavam na Espanha, elas tinham os documentos pessoais
retidos, inclusive o passaporte, e eram ameaçadas para se prostituírem e
pagar os gastos com a viagem. Segundo a PF, já há provas de que a
quadrilha agia pelo menos desde o início do ano passado.
Em
Salamanca, uma brasileira de pronome Renata, e o marido espanhol, donos
dos dois prostíbulos para onde as mulheres eram levadas, foram presos
ontem, além dos gerentes dos estabelecimentos. “(Os membros da
quadrilha) Diziam que caso elas fugissem sem quitar a dívida, haveria
retaliação às famílias delas”, contou Fernando Berbert, coordenador da
Operação Planeta, como foi batizada ação.
“No Brasil, (China e
Neguinha) diziam para essas meninas que elas teriam uma dívida de 1.000
euros pelo custo com passagem, despesa com documentação e roupa, e que
ganhariam 100 euros por dia, para as que achavam que iam dançar, e 100
euros por programa, para as que sabiam que iam se prostituir”, explicou
Berbert. Contudo, ao chegar na Espanha, essa dívida passava a ser de
4.000 euros e elas recebiam cerca de 40 euros por programa.
A
Operação Planeta começou em novembro do ano passado, a partir de uma
denúncia anônima de uma pessoa que conhecia uma das garotas e suspeitou
da situação dela ao assistir à novela Salve Jorge da Globo, que aborda o
tema de tráfico de mulheres. A denúncia foi feita através do Ligue 180.
“A gente conseguiu identificar através de contatos na internet quem era
a companheira do espanhol. A partir daí, descobrimos os vínculos entre
as pessoas e identificamos o casal de Salvador”, contou Berbert. Segundo
ele, as cinco baianas foram aliciadas em uma academia de ginástica.
“(Neguinha) dizia: ‘uma parente minha casou com um espanhol que tem uma
casa de shows em Salamanca e está precisando de dançarinas’. Essa garota
disseminou no bairro essa possibilidade. Era um conto de fadas”,
afirmou Berbert.
Segundo o superintendente da Polícia Federal na
Bahia, César Augusto Tozelli, os dois casais serão indiciados por
tráfico internacional de mulheres para fins de prostituição e formação
de quadrilha. Pelo primeiro crime, podem ser condenados de 2 a 8 anos de
reclusão e, pelo segundo, de 1 a 4 anos de reclusão.
O caso
ganhou repercusão nas redes sociais pela semelhança com a trama da
autora Glória Perez, que retuitou um comentário com o link da matéria do
Correio24horas que noticiava a prisão dos traficantes.
(Correio da Bahia)
31 de janeiro de 2013
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Cinco baianas foram libertadas de dois prostíbulos espanhóis; denúncia partiu após 'Salve Jorge'
Cinco baianas foram libertadas de dois prostíbulos espanhóis; denúncia partiu após 'Salve Jorge'
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