Defesa de Lula dispensou empresário que havia delatado compra de imóvel
Em depoimento ao juiz Sergio Moro na manhã desta segunda-feira (12), Emilio Odebrecht, patriarca da empreiteira, negou envolvimento em contratos firmados entre a Petrobras e Odebrecht que teriam sido celebrados em troca de uma futura compra de um terreno para o Instituto Lula. Na denúncia, a Força-Tarefa da Lava-Jato aponta que o imóvel foi adquirido pela Odebrecht como forma de pagamento de propina ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista nega.
Nas colaborações premiadas da Odebrecht quem delatou o ex-presidente
no caso do terreno do Instituto Lula foi o ex-executivo da Odebrecht
Alexandrino Alencar — que foi dispensado da audiência pela defesa de
Lula. Na semana passada, Alencar havia afirmou a Moro que a compra do
imóvel foi uma “retribuição ao ex-presidente”. Ele disse que Marcelo
Odebrecht disponibilizou R$ 12 milhões para a compra da sede do
instituto.
Emílio foi ouvido como testemunha de acusação na ação
penal em que o ex-presidente Lula é acusado de receber propina da
empreiteira por meio de um terreno que seria comprado para a construção
de uma nova sede para o Instituto Lula e de um apartamento vizinho ao
que o ex-presidente mora, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
O depoimento foi retomado
O advogado de Lula, Cristiano Zanin
Martins, também perguntou se Emílio manteve reuniões com outros
ex-presidentes da República que antecederam Lula no cargo. O empresário
confirmou:
"Desde a minha entrada na organização, praticamente
todos ex-presidentes. Discutia várias coisas de interesse nacional,
aquilo que era importante para o Brasil continuar crescendo - disse
Emílio, em depoimento de cerca de seis minutos por vídeoconferência na
justiça federal de São Paulo."
O depoimento de Emilio foi retomado
por decisão do Tribunal Federal Regional da 4ª Região (TRF4) , que
aceitou um pedido formulado pela defesa de Lula. O pedido foi feito após
a audiência em que Emilio Odebrecht foi ouvido porque, segundo a
defesa, o Ministério Público Federal (MPF) acrescentou documentos ao
processo que não puderam ser verificados a tempo da primeira oitiva.
epocanegocios.globo.com
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