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Foto: Reprodução/ TV Bahia |
Aos 98 anos, o médium e líder espírita Divaldo Franco foi sepultado na manhã desta quinta-feira (15) no Cemitério Bosque da Paz, em Salvador, em meio a aplausos e grande comoção de amigos, familiares e admiradores. Franco faleceu na noite de terça-feira (13), vítima de falência múltipla dos órgãos.
O cortejo teve início por volta das 10h30, reunindo personalidades como o cantor Carlinhos Brown e o prefeito Bruno Reis. Atendendo a um desejo expressado por Divaldo, o velório ocorreu na quarta (14) no ginásio de esportes da Mansão do Caminho, com o caixão mantido fechado, de modo a preservar a imagem serena que ele sempre transmitiu.
Considerado “pai” por mais de 600 acolhidos na instituição filantrópica que fundou em 1952, no bairro do Pau da Lima, Divaldo recebeu homenagens dos “filhos” e da grande comunidade que ajudou a transformar. Em vez de flores, ele pedia que as doações fossem direcionadas à Mansão do Caminho, reforçando seu compromisso com a obra social.
Diagnosticado com câncer de bexiga em novembro do ano passado, Divaldo esteve internado por problemas urinários em duas ocasiões e, desde fevereiro, era acompanhado por equipe de home care. O óbito foi confirmado às 21h45 de 13 de maio, em sua residência na Mansão do Caminho.
Nascido em Feira de Santana, Divaldo teve suas primeiras manifestações mediúnicas aos 4 anos e psicografou sua primeira mensagem aos 20. Autor de 263 obras traduzidas em 17 idiomas — sendo 70 ditadas pelo espírito Joanna de Ângelis —, dedicou a vida à difusão do espiritismo, proferindo mais de 20 mil palestras em todo o mundo.
Reconhecido como um dos maiores continuadores do legado de Chico Xavier e apelidado de “Embaixador da Paz no Mundo”, foi tema de um filme em 2019. Sua filosofia de que a paz é fruto da transformação moral do indivíduo, e não de decretos governamentais, permanece como um de seus ensinamentos mais marcantes.
Nas redes sociais, seguidores, artistas, clubes e autoridades lamentaram sua partida. O impacto de seu trabalho se reflete na Mansão do Caminho, que hoje oferece educação e assistência a mais de 1,6 mil crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, além de distribuir mais de 5 mil atendimentos diários de cunho médico, social e espiritual.
“Ele traçou o caminho, e ele continuará vivo através do bem que realizamos”, afirmou Mário Sérgio Almeida, presidente da Mansão do Caminho. Embora não tenha deixado herdeiros biológicos, Divaldo cuidou de 685 crianças como Edilson Pereira da Silva, que, aos 3 anos, encontrou na instituição um novo lar. “Somos filhos do amor, acolhidos por quem dedicou a vida ao próximo”, recorda Edilson.
Em suas próprias palavras: “A doutrina espírita — ciência da filosofia e filosofia da religião — encheu minha vida de beleza e me levou a compartilhar tudo o que recebi.” Seu legado filantrópico e espiritual ecoará por gerações.
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