Em carta lida pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ex-chefe do Planalto disse que candidatura será registrada no dia 15 de agosto na Justiça Eleitoral
O ex-presidente Lula (PT) disse ser vítima de “manobras” do Supremo
Tribunal Federal (STF) e reafirmou sua pré-candidatura ao Palácio do
Planalto, em carta lida nesta terça-feira (3) durante reunião da
executiva nacional do Partido dos Trabalhadores pela presidente da
sigla, Gleisi Hoffmann.
“Não estou pedindo favor. Estou exigindo respeito. […] Se não querem
que eu seja presidente, a forma mais simples de o conseguir é ter a
coragem de praticar a democracia e me derrotar nas urnas. Não cometi
nenhum crime; por isso, até que apresentem pelo menos uma prova material
que macule minha inocência, sou candidato à Presidência da República.
Desafio os meus acusadores a apresentar esta prova até 15 de agosto,
quando minha candidatura será registrada na Justiça Eleitoral”, afirmou o
petista, no manifesto.
Ao defender que tem sido vítima de uma “tocaia” do Judiciário, Lula
criticou integrantes do Supremo. “Já não há razões para acreditar que
terei justiça. O que vejo agora no comportamento público de alguns
ministros da Suprema Corte é a mera reprodução do que se passou na
primeira e segunda instâncias”, disse.
“Primeiro, o ministro [Edson] Fachin retirou da Segunda Turma do
Supremo Tribunal Federal o julgamento do habeas corpus que poderia
impedir minha prisão e o remeteu para o plenário. Tal manobra evitou que
a Segunda Turma, cujo posicionamento majoritário contra a prisão antes
do trânsito em julgado já era de todos conhecido, concedesse o habeas
corpus”, continuou.
“Em seguida, na medida cautelar em que minha defesa postulou efeito
suspensivo do recurso extraordinário para me colocar em liberdade, o
mesmo ministro resolveu levar o processo para a Segunda Turma
diretamente, tendo o julgamento sido pautado para o dia 26 de junho. A
questão posta nesta cautelar nunca foi apreciada pelo plenário ou pela
turma, pois o que nela se discute é se as razões do meu recurso são
capazes de justificar a suspensão dos efeitos do acordão do TRF-4, para
que eu responda o processo em liberdade. No entanto, no apagar das luzes
do dia 22 de junho, poucos minutos depois de publicada a decisão do
TRF-4, que negou seguimento ao meu recurso, o que ocorreu às 19h05? Como
se estivesse armada uma tocaia, a medida cautelar foi dada por
prejudicada e o processo, extinto. Artifício que, mais uma vez, evitou
que o meu caso fosse julgado pelo órgão judicial competente”,
acrescentou.
03/07/2018
Lula diz ser vítima de manobras do STF e fala em ‘tocaia’
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David Gouveia Notícias
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