Em seu primeiro mandato, a presidente legítima Dilma Rousseff adotou
o lema "País rico é país sem pobreza". Em 2014, último ano de seu
primeiro mandato, ela havia cumprido a promessa, quando o Brasil
finalmente deixou de integrar o Mapa da Fome da Organização das Nações
Unidas.
Em setembro de 2014, a notícia foi saudada pelo próprio William
Bonner, no Jornal Nacional. "O Órgão das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura citou o Brasil como um dos países que
conseguiram reduzir pela metade o número de pessoas que passam fome.
Vinte anos atrás, 14,8% dos brasileiros viviam na miséria. Agora, esse
índice é de menos de 2%, cerca de 3,4 milhões de pessoas. Segundo a FAO,
essa queda se deu por causa da eficiência dos programas de combate à
fome", dizia a reportagem.
Essa conquista, no entanto, agora está ameaçada. De acordo com a
manchete deste domingo do jornal O Globo, que apoiou sua deposição e
troca por Michel Temer, o Brasil pode voltar a integrar esse grupo
ultrajante de países.
"Três anos depois de o Brasil sair do mapa mundial da fome da ONU — o
que significa ter menos de 5% da população sem se alimentar o
suficiente —, o velho fantasma volta a assombrar famílias", diz a
reportagem de Daiane Costa. "O alerta, endossado por especialistas
ouvidos pelo GLOBO, é de relatório produzido por um grupo de mais de 40
entidades da sociedade civil, que monitora o cumprimento de um plano
de ação com objetivos de desenvolvimento sustentável acordado entre os
Estados-membros da ONU, a chamada Agenda 2030. O documento será
entregue às Nações Unidas na semana que vem, durante a reunião do
Conselho Econômico e Social, em Nova York."
"Quando o país atingiu um índice de pleno emprego, na primeira
metade desta década, mesmo os que estavam em situação de pobreza
passaram a dispor de empregos formais ou informais, o que melhorou a
capacidade de acesso aos alimentos. A exclusão de famílias do Bolsa
Família, iniciada ano passado, e a redução do valor investido no
Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), que
compra do pequeno agricultor e distribui a hospitais, escolas públicas e
presídios, são uma vergonha para um país que trilhava avanços que o
colocava como referência em todo o mundo", disse Francisco Menezes,
coordenador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
(Ibase) e consultor da ActionAid, que participaram da elaboração do
relatório.
O pleno emprego, para quem não se lembra, foi obtido em 2014, no
último ano do governo Dilma. Em 2015, mesmo reeleita, ela não pôde
governar. Derrotado, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) se aliou ao então
deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para sabotar o País com a farsa das
chamadas "pedaladas fiscais". Desde então, a economia afundou e mais de 7
milhões de brasileiros perderam seus empregos. No poder, Michel Temer
aprofundou a depressão econômica e liquidou a imagem do Brasil no
mundo.
10 de julho de 2017
Crise pode levar Brasil de volta ao mapa da fome
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Post Top Ad
Responsive Ads Here
David Gouveia Notícias
O que acontece na notícia
Nenhum comentário:
Postar um comentário