Os outros dois réus condenados na mesma ação penal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberam benefícios do juiz Sergio Moro na sentença, expedida nesta quarta-feira (12).
Ambos fizeram acusações contra o petista em depoimentos no processo.
O empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, está preso desde setembro do ano
passado e, pela sentença de Moro, ficará detido em regime fechado por um
período de até dois anos e meio.
A mesma situação aconteceu com Agenor Franklin Medeiros, ex-executivo
da OAS. O réu ficará preso em regime fechado por até dois anos,
independentemente do total das penas somadas. Medeiros ficou detido por
cinco meses entre 2014 e 2015.
Os dois ex-executivos já foram condenados em outras ações penais e
negociam um acordo de colaboração premiada, que ainda não foi fechado
com o Ministério Público Federal.
Os benefícios concedidos por Moro, porém, precisarão ser confirmados
pelos juízes da segunda instância, que vão analisar o caso de Lula. Os
dois também terão que pagar multas e continuar colaborando com a
Justiça.
"Envolvendo o caso crimes praticados pelo mais alto mandatário da
República, não é possível ignorar a relevância do depoimento de Agenor",
escreveu Moro.
Sobre Pinheiro, o juiz afirmou na sentença que, ainda que tardiamente, o
réu contribuiu "para o esclarecimento da verdade, prestando depoimento e
fornecendo documentos".
"Sendo seu depoimento consistente com o restante do quadro probatório,
especialmente com as provas documentais produzidas e tendo ele, o
depoimento, relevância probatória para o julgamento, justifica-se a
concessão a ele de benefícios legais."
O empreiteiro afirmou a Moro, em abril, que o apartamento tríplex foi
cedido ao ex-presidente em troca de favorecimento da OAS junto ao
governo federal e que os valores correspondentes foram debitados de uma
espécie de "conta-corrente da propina" do PT com a construtora.
Por Folhapress
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