Três dias após ser alvo de ofensas
raciais – em um áudio que circula desde o último sábado (3/6) em grupos
de Whatsapp -, o padre Gilmar de Assis, da Paróquia de Nossa Senhora do
Bom Conselho, no município de Serra Preta, a 150 km de Salvador,
‘quebrou o silêncio’.
Padre é vítima de injúria racial em conversas de WhatsApp: ‘preto burro’; ouça
O religioso revelou que soube do conteúdo das ofensas na madrugada de domingo (4/6). “Um membro da comunidade veio falar comigo pelo WhatsApp e avisou sobre o áudio, dizendo que era injustiça. Eu escutei e tomei um susto. Eu não conheço a pessoa que falou no áudio. Até porque pelo tempo que estou aqui nem sei o que dizer”, disse Gilmar.
Em um dos trechos do áudio, o padre é
visto como ‘um negão embaçado’. “Tá sabendo que agora em Serra Preta na
paróquia botaram um padre, um ‘negão embaçado’? Não é porque é negão
não, mas pense num padre burro, num animal”.
O religioso ainda não sabe se irá
procurar a polícia para registrar uma ocorrência sobre o conteúdo do
áudio compartilhado. “Ainda estou digerindo a informação e pedindo força
a Deus. Estou pedindo a Deus sabedoria e discernimento para dar
continuidade à minha história, que é muito mais do que esse áudio”,
defende.
Ele também conta que, além das
manifestações nas redes sociais, tem recebido apoio da comunidade da
cidade. “Vi muitos prestando solidariedade, mas ainda estou cercado de
oração e pedindo força para dar continuidade à minha caminhada”, conta o
padre.
Gilmar é conjacuipense e já atuou em
Conceição do Jacuípe e na cidade de Feira de Santana. Atualmente, em
Serra Preta, ele celebra missas em três igrejas da cidade e mais 40
comunidades da região, e ainda é professor de filosofia de uma faculdade
particular na cidade.
Ouça o áudio:
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