Panfletos com ameaças ao pontífice também foram encontrados em paróquias locais
SANTIAGO - Ao menos três ataques a igrejas católicas foram registrados
durante a madrugada desta sexta-feira em Santiago, no Chile. Algumas
delas tiveram queima parcial da estrutura após a detonação de artefatos
explosivos de fabricação caseira. Os ataques acontecem três dias antes
da visita do Papa Francisco ao país na próxima semana.
Os vândalos, cujas identidades ainda são desconhecidas, atearam fogo a
pelo menos uma das igrejas na capital chilena e jogaram panfletos
contendo ameaças ao Pontífice argentino antes de fugirem, informou a
polícia local. O primeiro dos ataques teria acontecido por volta das
00h10.
O primeiro dos ataques com artefato incendiário ocorreu na comuna de
Estação Central e atingiu a paróquia Santa Isabel da Hungria, onde foi
encontrado um panfleto com uma mensagem contra o pontífice: "Papa
Francisco, as próximas bombas serão na sua batina". A igreja teve danos
na fachada e nos vitrais.
O ataque seguinte atingiu a igreja Emmanuel, na Recoleta, que teve
danos nas portas e janelas. Instantes depois foi registrado outro
ataque, desta vez na paróquia Cristo Vencedor, na comuna de Peñalolén.
Em outro local afetado foram encontrados alguns dizeres escritos nas
paredes: "Pelo Papa (foram gastos em sua visita), milhões, (de pesos).
Pelos pobres, morremos em nossas aldeias".
São esperados ainda protestos sobre questões que vão de direitos indígenas ao contínuo escândalo de abuso sexual na Igreja.
O governo local condenou os ataques contra as igrejas e prometeu ações judiciais contrra os responsáveis.
"As pessoas têm o direito de protestar, mas é uma coisa totalmente
diferente usar violência", disse o ministro do Interior do Chile, Mahmud
Aleuy, a repórteres, na manhã desta sexta-feira, após verificar os
danos causados nas igrejas.
A presidente Michelle Bachelet, consultada pelos ataques em uma
entrevista de rádio, afirmou:"Isso de ontem à noite é muito estranho,
porque não é algo que alguém possa identificar, como um grupo
específico, se chama 'corpos livres', ou uma coisa assim".
(O GLOBO)
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